Verdade em forma de poesia.
“Em tais devaneios que invadem o homem que medita, os pormenores apagam-se, o pitoresco desbota-se, a hora já não soa e o espaço estende-se sem limite. A tais devaneios podemos muito bem dar o nome de devaneios de infinito. (…) O poeta Milosz nos fala da consonância da imensidade do mundo com a profundidade do ser íntimo.
Em L’amoureuse initiation (p.64), Milosz escreve: ‘Eu contemplava o jardim das maravilhas do espaço com o sentimento de olhar o mais profundo, o mais secreto de mim mesmo; e sorria, pois nunca me imaginara tão puro, tão grande, tão belo! Em meu coração irrompeu o canto da graça do universo. Todas essas constelações são tuas, estão em ti; (…) Ah, como o mundo parece terrível para quem não se conhece!’.”
(Fonte: “A Poética do Espaço” de Gaston Bachelard. Editora Martins Fontes, 2003.)
Para entender o conceito de homem-cosmo, leia a matéria “7 fatos que provam que você e o cosmos estão intimamente interligados” publicada na Revista Galileu.