Você só será feliz quando algo mudar em sua vida? Será que essa é uma prisão mental?

O ser humano nunca está plenamente satisfeito com aquilo que ele já possui. As pessoas tendem a colocar a felicidade sempre onde elas não estão. O jardim do vizinho é sempre mais verde.

Leia a seguir alguns trechos que selecionei do livro “A ciência da felicidade” de Sonja Lyubomirsky, autora e professora de psicologia nos EUA.

“Outra grande falácia é a noção de que mudar algo das circunstâncias de nossas vidas nos tornaria felizes. Essa espécie de pensamento é o que eu chamo de ‘Eu seria feliz SE ___’ ou ‘Serei feliz QUANDO ___’. (…)

Uma das grandes ironias da nossa busca da felicidade é que tantos de nós se concentrem em mudar as circunstâncias da nossa vida na esperança equivocada de que essas mudanças proporcionarão felicidade. Na tentativa de aliviar a infelicidade, um recém-formado pode escolher um emprego muito bem pago em uma cidade distante, uma pessoa divorciada de meia-idade pode se submeter a uma cirurgia plástica embelezadora ou um casal aposentado pode comprar um imóvel com vista em um condomínio. Infelizmente, é possível que todos esses indivíduos sejam felizes apenas por algum tempo. Um material de pesquisa impressionante mostra, hoje, que tentar ser feliz mudando a situação de vida decididamente não funciona. (…)

Os seres humanos são propensos, de maneira inesperada, a se acostumarem com rapidez a mudanças sensoriais ou fisiológicas. Quando você entra em casa vindo do frio severo, o calor do fogo crepitante faz sentir-se, a princípio, maravilhoso, mas logo se acostuma com isso e pode até ficar superaquecido. (…) O mesmo fenômeno, porém, ocorre com as modificações hedônicas, ou seja, as mudanças, casamentos, alterações de emprego, que o deixam feliz por algum tempo, mas apenas por pouco tempo.”

(Fonte: “A ciência da felicidade” de Sonja Lyubomirsky. Editora Campus, 2008.)

“I can’t get no satisfaction.” (Rolling Stones)