CHAVE 45

Vamos refletir sobre a sua contribuição para o mundo? Depois me conta qual vai ser a sua atitude após ler esse texto.

Trabalho vazio

Cada um de nós pode fazer diferença no mundo. Outro dia, pensei que, caso eu fosse um milionário, usaria todo o meu dinheiro e energia para realizar meu propósito e colaborar com a mudança do mundo de uma forma positiva e efetiva.

Aí, fiquei pensando que, se muitos empresários, que têm recursos e capacidade de transformar o mundo em um lugar melhor, tomassem consciência dessa necessidade e encarassem realmente essa missão, além de trazerem mais sentido e gratificação à própria vida e ao próprio trabalho, estariam, efetivamente, construindo um mundo melhor. O problema é que maioria dos grandes empresários não têm essa preocupação. Estão apenas focados em aumentar cada vez mais a sua própria fortuna.
Buscam o lugar mais alto do pódio dos milionários, e assim entendem que ser o melhor é ser o “maior milionário” possível. Essa corrida, normalmente, não tem valor para a transformação real do mundo, e pode não se transformar em um sentido de gratificação e felicidade para esse empresário. Na maioria dos casos, ocorre até o contrário.

O que estou propondo não é filantropia, em que grandes empresários criam uma associação, ONG ou instituto para ajudar os mais necessitados. O que estou propondo é, efetivamente, transformar o seu trabalho em algo que colabore com a saúde e a felicidade de todos. Para muitos empresários, isso significaria repensar e redirecionar seus produtos.

Vamos dar um exemplo. Seria algo como um herdeiro de uma grande marca de refrigerante que, de repente, tomasse consciência que a sua forma de lucro e conforto é financiada à custa de milhões de obesos, seres humanos, pais de família, que morrem diariamente devido ao consumo excessivo de seu produto. Bom, esse empresário poderia tomar como missão em sua vida solucionar essa questão, buscando criar uma nova bebida saudável, sem tanto açúcar e gostosa para competir no mercado de refrigerantes. Ele não poderia garantir que todo o mercado o acompanhasse, mas, pelo menos, poderia dormir mais tranquilo à noite, sabendo que estaria fazendo a sua parte. Além do mais, a sua felicidade poderia crescer exponencialmente.

Cada um de nós poderia começar a refletir e pensar se o tipo de trabalho que fazemos é um trabalho vazio, ou seja, uma forma de trabalho que não colabora com alguma mudança positiva no mundo. Ou pior, uma forma de “dark work”, tipo de trabalho que sustenta e alimenta a infelicidade, a desonestidade, a exploração, a mentira, a doença e tudo de ruim que existe no mundo.

Se pensarmos que as mudanças podem ser mais difíceis de acontecer a partir das maiores empresas do ramo, podemos nos infiltrar de forma positiva em cada um desses mercados doentes. Por exemplo: algum empresário esperto poderia fazer uma rede de fastfood inovadora, que seja absolutamente saudável, feita com pães integrais, receitas deliciosas sem o uso de carne e tudo absolutamente gostoso e sedutor, no mesmo modelo das melhores fastfoods do mercado.

Ou algum empresário poderia lançar uma nova linha de salgadinhos que não fosse danosa à saúde humana, uma linha saudável, nutritiva e gostosa, sem química, conservantes ou excesso de sódio e gordura, que pudesse competir com esse produto extremamente industrializado e artificial que se encontra em nossas prateleiras. Algum empresário precisa investir com urgência em uma forma de conservar os alimentos que seja menos nociva à nossa saúde ou uma forma de substituir o uso de agrotóxicos nas plantações. Já inventaram um tipo de drone que caça, um a um, os insetos e pragas das plantações. Será que isso não seria viável economicamente?

Existem muitos exemplos de pessoas que dedicaram sua vida para o bem coletivo, como Jesus, Nelson Mandela, Martin Luther King, Gandhi, entre outros. Se você imaginasse o poder que apenas uma pessoa tem de mudar o mundo e a sua história, você se apropriaria desse enorme poder, trazendo mais sentido e felicidade ao mundo e a si mesmo.

“Voltar à essência é retornar ao equilíbrio interior, e esse equilíbrio é a única base a partir da qual pode ser criada uma verdadeira carreira.” (Rick Jarow)