“O tônus de um corpo é a música de um ser.”

Texto escrito por Thiago Machado, professor do Método Nuno Cobra.

A frase acima foi pinçada do livro “Espaço Recriado”, de Luís Boada. Nele, o autor faz uma relação entre o que chama de espaço próprio – o corpo – e os valores individuais, sociais e culturais.

Ao comparar o tônus de um corpo com a música, vislumbramos a ideia de equilíbrio e harmonia corporal de forma ainda mais concreta. Podemos nos ater ao ritmo que estamos tocando, à intensidade, à melodia. Será que estamos atropelando o compasso da existência? Será que interagimos com os outros músicos de forma tensa? Será que nos falta concentração ou estamos relaxados demais? Os pensamentos ecoam de forma estridente. Estamos fora do tom? Falta-nos jogo de cintura. Enfim, que notas precisamos alcançar para que melhor combinem com toda a orquestra – organismo – existência?

O método Cobra considera o corpo um instrumento (musical, segundo Boada) de extrema eficiência para se lapidar estados emocionais, mentais e espirituais, fazendo com que as vivências e os desafios da prática corporal funcionem como uma ferramenta de conquista real do espaço próprio.

Através da presença, da observação e do trabalho por meio de uma refinada escuta interior, podemos desenvolver autonomia para sermos aquilo que nascemos para ser. Adquirindo essa moral com nós mesmos, nos tornamos maestros da nossa própria vida, do nosso destino e existência. O que nos remete a termos mais responsabilidade em relação às nossas alegrias. Estar alegre é uma conquista, fruto de um trabalho em harmonia com o nosso mais importante instrumento de contato com o mundo (infinito para dentro e infinito para fora).

Podemos vibrar, soar junto com o universo, em um só verso, unissonante. Trata-se de uma questão de música, uma questão de conexão e presença.

Vamos afinar o seu instrumento? Que música você quer ser?