Quem inventou a escola?
A educação pública, gratuita e obrigatória foi inventada em certo momento da história, antes não existia este conceito. A educação na antiguidade se distanciava muito do que hoje entendemos como educação.
Em Atenas por exemplo, não existiam escolas. As primeiras academias de Platão eram espaços livres para reflexão, onde havia um estimulo a experimentações, o desenvolvimento do senso crítico e a arte da discussão A instrução obrigatória era coisa de escravos.
Por outro lado, a educação em Esparta era mais parecida a uma instrução militar.
O estado se permitia o direito de assassinar e se desfazer daqueles que não alcançassem os níveis esperados. Haviam aulas obrigatórias, fortes castigos e modelagem de conduta através da dor e do sofrimento. Após este período, a educação estava nas mãos da igreja católica, pelo menos no mundo cristão ocidental. Foi apenas no século 18 em uma época da história chamada
“despotismo esclarecido”, que se criou o conceito de escola como conhecemos.
Este modelo nasce no fim do século 18 na Prússia, uma nação rigorosamente militar. Para satisfazer a população, os monarcas incluíram alguns princípios do iluminismo neste novo projeto de educação, porém mantendo o regime controlador e absolutista vigente. A escola prussiana se baseava em uma forte divisão de classes e castas. Sua estrutura, herdeira do modelo militar espartano, fomentava a disciplina, obediência e um regime autoritário e punitivo. O que buscavam estes déspotas esclarecidos? Um povo dócil, doutrinado e obediente e que pudesse se preparar para as guerras que ocorriam frequentemente entre a nações neste período.
Este modelo de escola foi, aos poucos, exportado para o mundo inteiro. No século 19, a escola aparece como a resposta ideal a necessidade dos trabalhadores. Onde eu coloco os filhos destas pessoas para que elas possam trabalhar? Como os educamos para que aprendam a ler? Como criamos operários inteligentes e obedientes?
O modelo de produção em linha de montagem era perfeito para a escola. A educação de uma criança era comparável a manufatura de um produto, portanto, requeria uma série de passos pré-determinados, em uma ordem especifica, separando as crianças por idade em diferentes graus escolares.
Este sistema de linha de montagem que nasce com o Taylorismo, foi aplicado tanto na indústria, na escola e no exército de diferentes países e culturas do ocidente.
Até poucas décadas atrás, a escola era idêntica a um quartel. Inclusive o recreio terminava com um alarme sonoro indicando as crianças que devem se adestrar, pouco a pouco para parar e se dirigir a um determinado lugar, para formar uma fila, geralmente do menor para o maior. Durante os últimos séculos, temos construído nossas escolas a imagem e semelhança das prisões, das fabricas, priorizando o cumprimento das regras, convenções, o controle e modelagem social.
A escola é pensada como uma fábrica de cidadãos obedientes e eficazes, onde pouco a pouco as pessoas se convertem em números, qualificações e estatísticas. As exigências e pressões do sistema acabam desumanizando a todos. Os prêmios e castigos operam manipulando as necessidades básicas. Quando não recebemos amor ou proteção, fazemos o possível para obtê-los, gerando mecanismos de conduta e comportamentos que nos permite sobreviver. Nos condicionamos.
Esta criança não estuda para aprender, não trabalha por prazer, faz isso porque senão perde a segurança e o amor. Todas as suas ações passam a ser controladas pelo medo.
(compilação e colagem de trechos extraídos do documentário “A educação proibida”, disponível gratuitamente no Youtube)
Recomendo que você assista a este documentário, considero ser essencial para repensarmos a educação dos nossos filhos, as crianças que herdarão esse Novo Mundo. Este texto faz parte dos conteúdos interativos do meu livro “O músculo da Alma, a chave para a sabedoria corporal.