Lesões em corredores amadores

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Alguns estudos levantam questões preocupantes, mostrando que 71,2% dos corredores já sofreram com lesões e dores decorrentes do esporte e 53,1% já tiveram problemas mais graves. As mais relatadas são as lesões no joelho, como tendinite e lesões de menisco e lesões no pé, como tendinite de aquiles e fascite plantar.

Em seguida, aparecem as lesões na perna, como canelite, fratura por estresse e as lesões na coluna, como lombalgia e hérnia de disco. Ao sentirem dor, 46% dos esportistas consultados apenas coloca gelo no local e segue treinando. Outros 42% param de correr temporariamente, porém não fazem tratamento e retomam o treinamento em seguida.

O gelo é um ótimo analgésico, mas usá-lo frequentemente não é recomendável, já que a dor mostra o inicio de um processo que pode levar a lesões mais graves.

O número de corredores sem orientação de um especialista é de 77% e 30,6% recorrem a uma automedicação indiscriminada, consumindo anti-inflamatórios sem receita médica, o que é bastante perigoso, pois o seu uso crônico pode levar a problemas gastrintestinais e cardiovasculares.

Não interromper o treinamento e não cuidar do problema equivale a acentuá-lo e levar esta lesão a um grau mais grave, onde pode não haver retorno. A dor é uma aliada. Nunca treine com dor, sob qualquer circunstância. A partir do momento em que houver uma perda de cartilagem acentuada, o que é comum para quem pratica provas de longa distancia, com exagero ou sem um planejamento ideal, será “game over” e o seu ortopedista vai comunica-lo, gentilmente, que você não poderá mais correr, nem praticar atividades físicas para o resto da vida.

As pessoas ficam chocadas quando digo que esporte não é saúde, mas pesquisas como estas só vêm reforçar o fato de que atletas, amadores ou não, tem como hábito excederem os seus limites, prejudicando, por fim, a própria saúde.

Entendo que muitos esportistas fiquem seduzidos pela corrida e por seus resultados e acabem pulando etapas e se empolgando, mas é bom lembrar que, na corrida, como qualquer esporte, é necessário tempo e planejamento para se obter uma evolução continua e segura e isto requer muitos anos de treinamento.